Atualmente, a avaliação de aprendizagem não pode somente ser considerada como algo técnico. Pelo contrário, hoje em dia ela envolve cultura do indivíduo, respeito à sua vivência, autoestima, sentimentos, filosofia de vida e também posicionamento político.
Mesmo que essas dimensões não possam ser completamente palpáveis aos professores, podemos observar que, existem professores que utilizam os erros de alunos para começar a entender como age o raciocínio dos alunos – e começam mesmo a rever se existe a necessidade de reformular a posição que o mesmo possui em sala.
E por muito tempo, a avaliação de aprendizagem era utilizada como um verdadeiro instrumento. Assim, do qual classificava alunos entre os que dão trabalho, os bons e os que definitivamente não possuem saída.
Lembra-se das suas provas bimestrais? Eram verdadeiras ameaças a toda a turma! Mas, felizmente, esse já se tornou um modelo completamente ultrapassado. E é utilizada atualmente, como uma das ferramentas mais importantes aos professores poderem alcançar o grande objetivo final. Assim, que é fazer com que todos os seus alunos evoluam e avancem a novos rumos.
Hoje iremos falar um pouco sobre como a avaliação orienta a aprendizagem dos alunos. Além disso, também vamos falar sobre o seu real objetivo e quais as formas que encontramos atualmente para efetuá-la. Acompanhem.
O que é avaliação de aprendizagem?
Quando abrimos a discussão sobre o termo “avaliar”, de cara já nos vêm à mente somente uma coisa: provas. E com elas notas, aprovação ou reprovação de alunos. Entretanto, o real conceito de avaliação de aprendizagem vai muito mais além. Veja agora o que os mestres da pedagogia falam sobre ela:
- Juracy C. Marques, 1956 – é um processo sistemático, comparativo, compreensivo, continuo, informativo, cumulativo e global. Do qual permite efetuar a avaliação do conhecimento de um determinado aluno.
- Bradfield e Moredock, 1963 – tem como significado, a dimensão mensurável do comportamento do aluno em relação a um padrão de natureza científica ou social.
- Sarrabbi, 1971 – avaliação educativa é um processo complexo, que se inicia a partir da formulação de objetivos, como também do requerimento da elaboração de meios a fim de obter interpretação de resultados, evidência de resultados e saber, em qual medida os objetivos foram de fato alcançados.
- Luckesi, 1978 – é o julgamento de valor sobre manifestações relevantes da nossa realidade, tendo em vista uma determinada tomada de decisão.
Conforme podemos notar, a todos os autores acima, a avaliação de aprendizagem é vista como um processo.
Objetivos da avaliação de aprendizagem
A avaliação de aprendizagem, tem por objetivo alguns pontos principais. Entre eles, compreender o nível de desempenho atual dos alunos e comparar informações com o que de fato é necessário ensinar em todo o processo de qualificação. E por fim, auxiliar na tomada de decisões que irão possibilitar alcançar determinados resultados. Um bom exemplo são projetos de ensinos, sequências didáticas e utilizando instrumentos de avaliação a cada uma dessas etapas.
O que chamamos de diagnóstico é o princípio da avaliação de aprendizagem. Para isso, conseguir entender qual é o nível de desempenho atual de um determinado aluno. Já a qualificação, está na etapa de comparação e reflexão com o que de fato e necessário o aluno aprender em todo o processo educacional.
E por fim, são as etapas que os educadores irão planejar suas atividades, projetos de ensino, sequência didáticas e a aplicação de instrumentos avaliatórios em cada uma das etapas citadas. Assim, é mais fácil direcionar qualquer tipo de ação que irá possibilitar alcançar os resultados desejados entre ensino e aprendizagem.
Formas / Tipos de avaliação
Bloom (1993) afirma que a avaliação de aprendizagem, é um processo que possui três funções distintas: diagnóstica, formativa e somativa. Acompanhe cada uma delas:
Diagnóstica
Esse é o tipo de avaliação que irá auxiliar educadores a poderem detectar o conhecimento dos alunos ou mesmo verificar como está o entendimento do conteúdo. A fim de que depois, com todos os dados em mãos, possa efetuar o diagnóstico e assim poder efetuar um planejamento de novas ações que possam suprir determinadas necessidades. Dessa maneira é muito mais simples conseguir atingir os objetivos que serão propostos.
Uma boa maneira de aplicar esse tipo de avaliação, é efetuar entrevistas com alunos, pais, orientadores, familiares e até ex-professores.
Formativa
Aqui o objetivo é conseguir avaliar se tudo que foi proposto pelo educador, relacionado ao conteúdo está de fato sendo alcançado no processo de ensino. Pode-se aplicar recuperações paralelas, assim os alunos poderão resgatar conceitos no momento da revisão. Assim cada um poderá evoluir no seu próprio ritmo.
A aplicação dessa avaliação pode ser diária. Analisando deveres de casa, cadernos e efetuar perguntas. Prestando atenção nas respostas dos alunos, em diferentes atividades feitas em classe.
Somativa
E no último tipo, o objetivo principal é a atribuição de conceitos e notas para que os alunos possam avançar à próxima sala, ou até mesmo de um determinado curso a outro. Esse tipo de avaliação é comumente efetuada bimestral ou semestralmente.
Melhor maneira de aplicação é através de trabalhos finais e provas. Efetuando a avaliação do conceito cumulativo ao longo de todo o ano letivo.
A avaliação de aprendizagem que possui somente foco na classificação do aluno, está completamente ultrapassado. Um processo de avaliação verdadeiro, não está interessado somente na aprovação e tampouco na reprovação do aluno. E sim, em como está sendo a aprendizagem e como consequência, o crescimento dos mesmos.
O professor, no momento de avaliar, poderá constatar quais são as condições de aprendizagem de seus alunos, e assim poder encontrar diferentes meios para efetuar a recuperação. Ao contrário de excluir, punir e finalmente entender que a avaliação de aprendizagem é de fato um processo e jamais um fim.
Conforme dissemos no início do texto, a avaliação de aprendizagem não pode ser vista somente como um processo técnico, e sim um procedimento que está incluso ideologias, opções, crenças, escolhas, posições políticas, percepções, representações e vieses – que irão informar quais serão os critérios que deverão ser utilizados para compreender a realidade.
Veja também: O que é deficiência intelectual.